sábado, 23 de maio de 2009

Decisão por limite de gastos para 2010 é explicada pela FIA

Grande Prêmio IG Esporte

por Warm up

A FIA não se furtou a publicar apenas o anúncio de que terá, a partir de 2010, um teto orçamentário voluntário para a F1. Logo após confirmar a decisão tomada pelo Conselho Mundial nesta quinta-feira (30), a entidade divulgou um questionário com perguntas e respostas sobre o tema, explicando os motivos que a levaram a optar pelo limite para o futuro da categoria.

Segundo a federação, "a F1 vive um período de grandes incertezas durante um grave período de recessão". "Gastar dinheiro com uma equipe é, cada vez mais, visto como algo difícil para a maioria dos donos de times e patrocinadores e, para garantir um grid saudável, todos concordaram que os custos precisam diminuir", explicou o comunicado.

"Duas filosofias distintas surgiram como possibilidade: reduzir o nível de atividade dos times através de um regulamento restrito, além de um alto grau de padronização, ou restringir o dinheiro que os times têm permissão para gastar. Como a FIA acredita que a competição técnica acirrada faz parte do DNA da F1, e gostaria de ver esse valor florescer em um meio forte, inovador e responsável, foi escolhido o teto orçamentário", continuou.

Depois, foram detalhados os itens que estão fora do limite de £ 40 mi: marketing e promoções das equipes, salários de pilotos e programas de desenvolvimento de novos corredores e o custo dos motores. De acordo com a federação, a liberação dos motores tem como motivo atrair os times de fábrica para aderirem ao pacote. Entretanto, os propulsores só serão liberados do teto em 2010. Além disso, quaisquer contratos que estejam em vigor no próximo ano que ultrapassem o valor podem ser cumpridos, desde que fique comprovado que não haja subsídios de qualquer espécie.

A FIA também explicou como chegou ao valor de £ 40 milhões (quase R$ 129 mi). "Escolhemos este número após analisar tanto as despesas quanto as receitas da F1. Sabemos qual deve ser a receita da FOM no futuro, e também levamos em conta os valores de patrocínio durante a recessão. Somando os dois, é possível projetar quanto cada time arrecadará, e acreditamos que 70% do grid terá possibilidade de lucrar com este limite. Tudo isso vai transformar a maneira com que se gerencia uma equipe, tanto em times privados quanto os de montadoras. A nossa meta é ter um meio comercial saudável para todos, novos e antigos donos de times. E também analisamos os custos para buscar este valor."

Segundo a entidade, o valor não é permanente. "O teto para os próximos anos será decidido pela FIA, e vamos sempre levar em conta o progresso do projeto e a resposta dada por todos os envolvidos no esporte."

Depois, foi a vez de falar sobre a Comissão de Custos que será formada para fiscalizar os gastos dos times que se propuserem a operar dentro do teto. "Vamos monitorar e assistir as equipes dentro de um novo regulamento. A comissão apontará auditores, além de outros experts, para fazer isso. Um fator-chave é que todos que aderirem ao limite estarão engajados no mesmo tipo de atividade, e todos terão apenas uma interpretação das regras. Isso torna difícil falsificar contas ou esconder atividades de engenheiros. As penas para quem descumprir as ordens serão severas."

"Acreditamos que a Comissão é necessária, pois ela vai trabalhar junto com as equipes para auxiliar na interpretação do regulamento. Como isso é algo novo, a FIA decidiu buscar um pequeno número de pessoas que conheçam estes assuntos para monitorar todos os casos", explicou a entidade.

A FIA também falou sobre quais serão as penas para quem exceder o limite de gastos. "Vai depender de cada caso. O Código Esportivo Internacional trata as transgressões técnicas ou esportivas da mesma maneira, e não há 'penas fixas'. A Comissão de Custos vai avaliar e julgar o que aconteceu e aconselhar a FIA, que determinará a penalidade."

Outra explicação foi dada sobre como prevenir que os times gastem dinheiro neste ano para competir já sob o limite de £ 40 mi no ano que vem. "Todos devem demonstrar que não gastaram mais de 50% do valor de 2010 neste ano. Também haverá um limite sobre o número de peças estocadas que poderão ser utilizadas na próxima temporada."

O trabalho das montadoras também será fiscalizado de perto. "Vamos prevenir as equipes de fábrica de 'esconder' seus projetos de F1 em outras empresas contando com a colaboração de todos. As regras são claras para quem for pego mentindo, e temos como descobrir isso."

Por fim, a FIA declarou que vai liberar a venda de peças entre equipes, desde que a comercialização atenda os acordos feitos com a FOM, e disse que o interesse em participar da F1 operando sob o teto orçamentário tem sido "extraordinário". E, segundo a entidade, não há nenhum temor em transformar a categoria em algo desnivelado por conta disso. "Só temos um regulamento técnico, e todos têm liberdade para fazer suas escolhas."

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