Reunião em Londres termina em impasse. Equipe italiana apela à corte francesa alegando que o regulamento para a temporada 2010 é ilegal
GLOBOESPORTE.COM
Londres, Inglaterra
Mosley afirmou que houve algumas 'discussões amigáveis', mas a reunião terminou mal
Mosley afirmou que houve algumas 'discussões amigáveis', mas a reunião terminou mal
A aguardada reunião entre a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e a Associação de Times da Fórmula 1 (Fota), em Londres, terminou em impasse. O presidente da FIA, Max Mosley, bateu o pé nesta sexta-feira: apesar dos protestos, a entidade vai manter o teto orçamentário de 40 milhões de libras (cerca de R$ 130 milhões) para 2010 e o regulamento que dá vantagens técnicas às equipes que se limitarem a esses gastos. Irritada, a Ferrari decidiu ir à Justiça para anular as novas regras.
A escuderia italiana, que já tinha ameaçado deixar a Fórmula 1 caso as mudanças não fossem revistas, entrou com um procedimento legal na corte francesa. A audiência foi marcada para a próxima terça-feira. A notícia da ação da Ferrari foi dada a Mosley no meio da reunião desta sexta. O dirigente, que até cogitava aumentar o teto do orçamento, recebeu o comunicado por meio de um interlocutor, levantou-se e foi embora.
O time vermelho alega que o novo regulamento viola um veto técnico a que as equipes têm direito, segundo o Pacto da Concórdia assinado pela FIA, pelas equipes e pela FOM em 2005. No acordo está escrito que o presidente da FIA não pode mudar regras esportivas apenas com resoluções do Conselho Mundial de Esporte a Motor. A entidade deve consultar as equipes, fato que foi ignorado.
- Durante a reunião ficou claro que a Ferrari moveu uma ação na corte francesa, eu não sei os detalhes, mas é para providência cautelar para nos impedir de fazer o que queremos. É neste ponto em que a situação está, no que se refere à Ferrari – explicou Mosley.
Ao sair da reunião, o presidente da FIA afirmou que houve algumas “discussões amigáveis” com as equipes, mas manteve sua posição e garantiu que a entidade não vai recuar em relação ao limite de gastos para 2010.
- Foi uma reunião bastante amigável, mas no final as equipes foram embora para ver se conseguem elaborar algo melhor do que o teto de gastos. Enquanto isso as regras estão como foram publicadas. Explicamos que gostaríamos que todas as equipes ficassem sob o mesmo regulamento. Explicamos que queremos todos os times abaixo do limite de custos e foi isso que eles vão ter de analisar – afirmou.
Max Mosley prosseguiu dizendo que as equipes precisam primeiro chegar a um consenso entre elas, pois por enquanto umas querem aceitar as regras impostas pela FIA, outras são contrárias.
- Nós (a FIA) falamos (para as equipes) que não conseguimos entender por que alguém não pode operar abaixo do limite, já que isso significaria uma folga gradual nas regras técnicas, que todos os engenheiros pedem. No fim, a escolha é entre liberdade intelectual e limite financeiro, ou restrição intelectual e liberdade financeira, por enquanto eles estão querendo manter a segunda opção. Alguns times entenderam isso, e outros não – relatou.O debate está longe de terminar. Além do processo da Ferrari na Justiça, outra reunião será marcada para que as escuderias apresentem suas respostas à determinação da FIA. Sobre as ameaças de Ferrari, Renault, Toyota e do dono das equipes RBR e STR, Dietrich Mateschitz, de deixarem a Fórmula 1, Max Mosley demonstrou frieza.
- Bem, do jeito que as coisas estão, sim (eles vão sair da categoria). Esta é a situação atual – revelou. O prazo de inscrição das equipes para o campeonato de 2010 termina no dia 29 deste mês. Em 12 de junho, a FIA divulga a lista de times inscritos.
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