Clube já rompeu com a Globo. Fechou com o Esporte Interativo entre 2019 e 2024. E agora estuda ficar independente para transmitir suas partidas
POR COSME RIMOLI:
Com muita calma, com sigilo, o departamento de marketing do Palmeiras trabalha em um grande projeto. Maior até do que o leilão entre Puma, Adidas e Nike pela camisa verde. O clube está envolvido em buscar a vanguarda em algo que pode ser muito lucrativo, e mudar de vez a relação com a jogos transmitidos pelas tevês.
Com muita calma, com sigilo, o departamento de marketing do Palmeiras trabalha em um grande projeto. Maior até do que o leilão entre Puma, Adidas e Nike pela camisa verde. O clube está envolvido em buscar a vanguarda em algo que pode ser muito lucrativo, e mudar de vez a relação com a jogos transmitidos pelas tevês.
O Palmeiras analisa a possibilidade de transmitir seus jogos pela Internet.
O clube mostrou independência da Globo e fechou acordo com o Esporte Interativo, canal esportivo do bilionário grupo Turner. A Globo terá apenas as partidas do Palmeiras até 2024 pela tevê aberta. No próximo ano, os jogos pela tevê por assinatura, pay-per-view. E, teoricamente, pela Internet, serão mostrados pelo Esporte Interativo.
Mas o Palmeiras estuda uma maneira de começar a andar com as próprias pernas. Enquanto o diretor de marketing, Roberto Trinas, auxilia o presidente Mauricio Galliote a escolher entre Puma, Adidas e Nike, o gerente de marketing, Victor França, busca a melhor estratégia para transmissões independentes de jogos do Palmeiras.
O projeto é embrionário. O acordo com o Esporte Interativo, para os Brasileiros de 2019 a 2024, prevê jogos do Palmeiras mostrados pela Internet. Mas pode haver um acerto para que o clube possa também passar a mostrar suas partidas, em seu canal próprio na Internet. Seja no seu site ou em uma rede social, como o Facebook.
A coragem do Atlético Paranaense e Coritiba em não aceitarem R$ 1 milhão por seus jogos no Paranaense inspirou a direção palmeirense. A transmissão pela Internet do clássico, no ano passado, foi histórica E marcante.
A tentação de montar uma equipe própria de transmissão, sem a necessidade de narradores, comentaristas e repórteres neutros. Inspirado em várias rádios web, com equipes de jornalistas identificados com o clube e ex-jogadores dos clubes, a ideia é reproduzir isso pela internet, mas com a imagem dos jogos.
Divulgação
Há a certeza que os torcedores vão preferir acompanhar transmissões totalmente parciais, pendendo desesperadamente pelo Palmeiras. Do que as transmissões normais.
Tudo está sendo avaliado com calma pelo marketing palmeirense.
O irônico é que este era o sonho de Kia Joorabchian, iraniano naturalizado inglês, que era o dono da Media Sports Investment, a MSI, e que fechou um acordo com o Corinthians, entre 2005 e 2007. Kia, na verdade, não queria apenas conquistar títulos e lucrar com a venda de jogadores que levasse para o Parque São Jorge.
O plano de Joorabchian era ambicioso. Ele pretendia dominar os clubes mais populares do país. Sonhava com Flamengo, Atlético Mineiro, Grêmio. Desejava controlá-los. Não para vencer campeonatos. Mas para ganhar dinheiro com a transmissão de suas partidas pela Internet. Só que a legislação brasileira foi alterada em 2005 e não permite que uma empresa controle mais de um clube.
Isso foi o que frustrou Kia.
Seu plano naufragou.
Há muito tempo, a possibilidade de os clubes mostrarem seus jogos, com equipe própria, e 100% de lucro com os patrocinadores, se transformou em um sonho que vem sendo alimentado.
O departamento de marketing do Palmeiras quer colocar isso em prática. Se não for possível no período entre 2019 e 2024, pretende ao mesmo se estruturar com toda a calma para assumir esta plataforma em 2025. Mas um acordo com Esporte Interativo, com divisão dos lucros, com o clube transmitindo seus jogos pela Internet, não é utopia. Pode acontecer.
O que vale ser registrado é que os clubes brasileiros acordaram. E querem se tornar independentes da Globo. Quebrar seu monopólio com o Esporte Interativo foi só o primeiro passo. A audiência na tevê aberta cai a cada dia. Mostrar as partidas pela Internet, no computador, nos celulares, com narração assumidamente de torcedor da equipe é algo que tem tudo para ser muito lucrativo.
A transmissão de Atlético e Coritiba pela Internet foi um marco
Reprodução
A Globo sabe desse movimento dos clubes.
Mas se mantém em silêncio.
Desejando que os dirigentes sigam acovardados.
E sem coragem de encarar o futuro.
De aproveitar o que já lhes pertence.
Mas esse tempo está ficando para trás.
Os mais de 40 anos de monopólio do futebol foram suficientes...
Os torcedores já cansaram do monopólio do futebol pela Globo
Conteúdo Estadão
FONTE: R7.COM
FONTE: R7.COM
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