quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Clubes negociam transmissão do Brasileiro para o exterior e podem criar associação

Os clubes estão em uma discussão a toque de caixa para resolver até o dia 27 de fevereiro qual proposta irão aceitar para mais uma tentativa de comercialização dos direitos internacionais do Brasileirão. O processo tem meandros que podem levar à criação de uma nova associação de clubes, com a qual a empresa escolhida fecharia contrato.

Há três propostas à mesa, apresentadas por IMG, Betsul e TVN. A primeira aparece como favorita, segundo o cenário que se desenhou em reunião segunda-feira, na CBF.

IMG e Betsul não fecharão individualmente com os clubes. Sendo assim, será necessário colocar um único CNPJ em contrato. Viria daí a necessidade de criar um órgão que una todas as agremiações da Série A. No caso da primeira, há a possibilidade de usar a razão social da CBF, que repassaria eventuais dividendos aos clubes.

- Tem uma das propostas que exige a criação de uma associação. A outra precisa de uma entidade jurídica, que não necessariamente precisa ser uma associação. Vai depender da escolha que vamos fazer para tocar o projeto. A CBF não tem participação (em percentual financeiro). É um produto dos clubes - explicou o presidente do Vasco, Alexandre Campello, que também preside a comissão nacional de clubes.

A IMG atrai os clubes porque não promete uma bolada grande de partida. Os clubes caíram nessa armadilha nos processos anteriores de venda dos direitos internacionais, mas as candidatas não conseguiram nem sequer apresentar garantias jurídicas e estruturais para irem ao mercado. A situação trouxe um trauma. Com a IMG, a previsão é receber dinheiro quando houver retorno de vendas no exterior. Os valores para os clubes são escalonados e podem alcançar até 80% do total.

- Há investimento pequeno inicial, mas não há entrada de recurso para o clube. É mais para o desenvolvimento do produto futebol internacionalmente. A entrada de recurso vai acontecendo ao longo do tempo, de acordo com a resposta. O que ultrapassar o custo da operação, o vai ser dividido entre os clubes e a empresa - completou Campello, sem citar nominalmente a IMG.

A Betsul é do ramo de apostas, ligada a um que tem projeto de tecnologia com alguns clubes. É propriedade do fundador da GetNet. A proposta tem o apoio do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez. O modelo da empresa geraria uma associação que teria uma liderança já definida, o ex-deputado Vicente Cândido, diretor de relações institucionais do clube paulista. Mas a maioria não apoia esse desenho, até porque a proposta é também envolve direitos ligados a sites de apostas, e os clubes ainda não querem entrar nessa seara.

A proposta da TVN foi a que menos agradou aos clubes. A empresa é detentora dos direitos do Campeonato Catarinense e tem acordo com confederações nacionais de esportes olímpicos, como ginástica e handebol.

Se quiserem que os direitos internacionais sejam comercializados ainda na edição 2020 do Brasileirão, os clubes precisam fechar um acordo na reunião que antecederá o conselho técnico da Série A, em 27 de fevereiro.

Fonte: O Globo Online

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