O Campeonato Carioca, paralisado desde o dia 16 de março por conta da pandemia do novo coronavírus, ainda não tem data de retorno, mas definiu as regras para tal. Neste sábado, em reunião virtual do Conselho Arbitral da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), o protocolo Jogo Seguro foi aprovado pela maioria dos clubes da Série A.
A Ferj e os times aguardam agora que as medidas sejam referendadas pelas autoridades governamentais e sanitárias. Só, então, o Estadual será retomado. Sem público e preferencialmente em três estádios: Maracanã, Nilton Santos e São Januário.
A videoconferência iniciou por volta de 15h20 e terminou pouco antes das 19h (de Brasília). Chamados para apresentar o protocolo que desenvolveram, os médicos Márcio Tannure (Flamengo), Marcos Teixeira (Vasco) e Rômulo Capello (Bangu) repassaram item por item aos dirigentes de clubes. Partidas sem público, testagem em massa dos envolvidos e questões de logística das equipes foram os assuntos mais debatidos.
Ficou decidido, por exemplo, que o teste negativo para Covid-19 será uma espécie de ingresso aos jogos. Todas as pessoas envolvidas na partida serão examinadas. Profissionais de imprensa, por exemplo, só poderão trabalhar caso não tenham sido contaminados.
Além disso, as delegações de cada time poderão ter, no máximo, 40 pessoas. Para o acesso ao vestiário, cada clube terá 32 passes. Serão permitidos oito jogadores no banco de reservas e cinco membros da comissão técnica. A chegada ao estádio terá de ocorrer obrigatoriamente 60 minutos antes da bola rolar. Tudo para diminuir a chance de aglomeração. Não haverá parada técnica nas partidas.
Os jogos serão realizados preferencialmente no Maracanã, no Nilton Santos e em São Januário, todos na cidade do Rio. Há possibilidade de confrontos entre times de menor investimento ocorrerem nas praças locais - o entendimento foi de que não faria sentido deslocar essas equipes para a capital. Com uma ressalva: o estádio que receber o jogo precisa atender ao protocolo.
Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, em rota de colisão com Rubens Lopes, presidente da entidade, não participou e enviou um representante.
O contexto para a tomada de decisão
A decisão ocorre um dia após o governador do estado, Wilson Witzel, flexibilizar uma série de medidas restritivas adotas por conta da pandemia do novo coronavírus. Entre elas, a prática de esportes de alto rendimento. A sexta-feira também marcou o aumento do números da Covid-19 no Rio: são 6.473 mortes e 63.066 casos confirmados.
Na segunda-feira, a prefeitura do Rio havia anunciado mudanças no isolamento social. Desta forma, jogos de futebol com 1/3 do público passariam a ser permitidos a partir de julho: Maracanã (capacidade reduzida a 22 mil pessoas), São Januário (7 mil) e Nilton Santos (14 mil).
O retorno obedecerá a regras do protocolo Jogo Seguro, documento elaborado pelos médicos dos clubes em parceria com a Ferj. Na terça-feira, aliás, a Comissão Médica Provisória se reuniu para definir os últimos passos - o Fluminense foi o único ausente, afinal, ao lado do Botafogo se posicionava de forma contrária à volta imediata do Carioca.
Quando o arbitral foi convocado?
O arbitral havia sido convocado na última quarta-feira. Segundo o edital, os seguintes temas seriam debatidos:
- Protocolo Jogo Seguro (fase 2) para as partidas complementares do Campeonato Carioca.
- Assuntos pertinentes à conclusão do grupo Z.
- Outros assuntos pertinentes às partidas complementares do Campeonato Carioca passíveis de discussão por decisão preliminar favorável da maioria.
- Escolha dos indicados pelos clubes para a composição do TJD.
Fonte: GloboEsporte.com
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