No ano passado, os flamenguistas celebraram o melhor desempenho desde sua fundação, não só pelos títulos (Estadual, Brasileiro e Libertadores), mas pelos resultados financeiros. Arrecadou R$ 950 milhões, sendo que R$ 900 milhões foram obtidos só com o futebol.
Os maiores ganhos vieram de direitos de TV/mídia (R$ 329,3 milhões), transferências (R$ 299,7 milhões) e bilheteria/sócio-torcedor (R$ 175,4 milhões). Os dois últimos itens devem ser os mais impactados pela COVID-19, segundo o estudo.
A Sports Value aponta um mercado mais contraído para negociações: "Os brasileiros não conseguirão fazer os negócios de antes e devem perder de R$ 530 milhões (33,1%) a R$ 800 milhões (50%) – a receita em 2019 foi de R$ 1,6 bilhão."
A bilheteria/receita de sócio-torcedor será impactada pelo impedimento de jogos com torcida. O estudo prevê perda de R$ 306 milhões (63,8%) a R$ 410 milhões (85,4%) com portões fechados – a receita total em 2019 foi de R$ 480 milhões no top-20.
Ainda segundo a Sports Value, o Internacional é outro clube da elite nacional que sofrerá grande impacto financeiro. A previsão é que o time colorado tenha queda de 41% no faturamento. A equipe tem histórico de negociar bem seus jogadores.
Apenas mais um clube entre o top 20 e que está na Série A aparece com queda acima de 40% do faturamento em relação ao ano passado. É o Athletico-PR, com previsão de perda de 43%, maior que Flamengo e Internacional.
É importante ressaltar que o bom resultado financeiro da equipe em 2019 foi turbinado pelo sucesso na Copa do Brasil. O balanço aponta que, de uma receita total de R$ 390 milhões, foram R$ 74,8 milhões em direitos de TV e R$ 84,8 em premiações.
Já o Cruzeiro, que viveu em 2019 o pior ano de sua história deve faturar em 2020 R$ 162 milhões, 44% a menos do que o resultado financeiro do ano passado. Mas pesa no cenário celeste a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro.
Entre os clubes grandes, quem tem previsão de menor perda é o Atlético-MG. O estudo projeta uma arrecadação de R$ 260 milhões ao final de 2020, o que significa queda de R$ 94 milhões (ou 26,5%) em relação ao desempenho financeiro em 2019.
Mas, vale lembrar, que o time de Belo Horizonte enfrenta problemas financeiros, como atraso de salários, embora a diretoria não tenha deixado de se movimentar para buscar reforços para brigar pelo título do Campeonato Brasileiro.
Impacto da COVID-19 nas receitas
Fonte: Sports Value (em milhões de R$)
Clube | Receita 2019 | Projeção 2020 | Perda (%) |
---|---|---|---|
Flamengo | 950 | 551 | -42,0% |
Palmeiras | 642 | 425 | -34,0% |
Internacional | 441 | 261 | -41,0% |
Grêmio | 440 | 325 | -26,0% |
Corinthians | 426 | 279 | -34,5% |
Santos | 400 | 262 | -34,5% |
São Paulo | 398 | 260 | -34,5% |
Athletico-PR | 390 | 221 | -43,0% |
Atlético-MG | 354 | 260 | -26,5% |
Cruzeiro | 289 | 162 | -44,0% |
Fluminense | 265 | 162 | -39,0% |
Vasco | 215 | 143 | -33,5% |
Botafogo | 214 | 153 | -28,5% |
Bahia | 189 | 131 | -30,5% |
O cenário na Europa também indica retração como efeito da COVID-19, mas não no mesmo patamar da realidade que as equipes brasileiras devem enfrentar. No top 20 do continente, o pior cenário, indica impacto médio de 31% na queda do faturamento.
Arsenal, Barcelona, Everton, Liverpool, Paris Saint-Germain e Tottenham seriam os mais afetados.
Com queda prevista de 30%, estão Atlético de Madrid, Bayern de Munique, Chelsea, Borussia Dortmund, Inter de Milão, Juventus, Manchester City, Manchester United, Real Madrid, Roma e West Ham.
Fonte: ESPN.com.br
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