Ainda vivendo a pior crise de sua história, o comércio de Lafaiete comemora mais um Dia do Comerciante neste dia 16 de julho. A festa já tradicional ainda não poderá ser feita, mas a homenagem é necessária e justa, principalmente diante das circunstâncias, que determinam que ela seja acompanhada de uma reflexão em tom de desagravo.
Desde 21 de março de 2020, uma grande parte dos empresários do setor que mais gera emprego e renda no município, cerca de 84% do PIB e 16000 vagas, passou a ser tratada equivocadamente como fator de risco da pandemia.
Sim, havia e há uma grave pandemia, mas o conceito de risco do negócio, foi levado a um patamar injusto e insustentável. Nesse contexto, o ônus do fechamento dos estabelecimentos decretado pelo poder público, foi inconsequentemente transferido ao comerciante.
Enquanto as lojas eram obrigadas a ficar de portas fechadas, providências efetivas contra o contágio do coronavírus como o combate às aglomerações, fiscalização do uso de máscaras, barreiras sanitárias, entre outras, nunca foram prioritárias. Vale destacar também que a vacinação ainda caminha de forma lenta.
Mesmo se o comércio de bens e serviços não fosse a principal atividade econômica da cidade, e nesse caso é, se faria necessário maior sensibilidade diante da situação crítica em que foram colocadas inúmeras empresas do setor. A grande maioria pequenas empresas, de cuja sobrevivência dependem proprietários e colaboradores.
Nesse período muitas sucumbiram. Segundo levantamento do SINDCOMERCIO, cerca de 600 empresas, que, exceto por ajustes na legislação trabalhista, prorrogação de tributos e linhas de crédito de difícil acesso, feitos pelo Governo Federal, não tiveram apoio ou reconhecimento do Estado ou do Município.
As posições do SINDCOMERCIO foram e têm sido insistentes, com o intuito de manter as lojas abertas e combater a pandemia. Entre outras para que as empresas sejam apoiadas. Para que seja concedida ao menos a Isenção de IPTU e taxas para as empresas afetadas. Tal medida seria justa e necessária, muitas empresas ficaram até mais de 8 (oito) meses fechadas em pouco mais de ano. Também para a priorização da vacinação para os profissionais do setor, que estão na linha de frente, garantindo que os produtos cheguem à população.
Infelizmente o que vemos é uma certa indiferença, inclusive pela ausência de respostas aos pedidos, e também por situações que persistem. Exemplo disso é a situação da fila da CAIXA, que até hoje impõe o fechamento de um quarteirão inteiro da Rua Melo Viana, uma das principais para o comércio da cidade, prejudicando estabelecimentos do comércio e criando para as pessoas um ambiente inóspito que aumenta o risco de contágio.
É preciso refletir sobre o tratamento dado ao comércio de Lafaiete. Enquanto cidades vizinhas criam programas de ajuda às empresas, autorizam isenção de tributos e, com populações muito menores, avançam na recuperação das suas economias gerando muito mais vagas de emprego, em Lafaiete se cria, por meio de lei, mais obrigações para o comércio.
A economia da nossa cidade está baseada no comércio de bens e serviços e esse fato precisa ser levado em consideração. É preciso respeitar e apoiar a recuperação do setor, uma vez que é por meio dele que a cidade se posiciona como centro regional e compartilha do desenvolvimento gerado por outros setores da economia como a mineração e metalurgia.
Aos empresários do comércio de Conselheiro Lafaiete, neste 16 de julho, o SINDCOMERCIO rende suas maiores homenagens. Apesar das adversidades, e não têm sido poucas, como verdadeiros guerreiros, eles continuam fazendo seu trabalho, inovando e se reinventando, para vencerem a crise, atenderem melhor os seus clientes, e continuarem trazendo desenvolvimento para a cidade.
Parabéns pela garra, o SINDCOMERCIO vai estar sempre junto.
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