Cerca de um quinto da população brasileira que consome esporte usa alguma plataforma de streaming, e esse número vem subindo nos últimos anos. Ambas as conclusões fazem parte de nova pesquisa contratada pela Sport Track, consultoria em gestão no esporte.
Atualmente, entre todas as tribos de torcedores, 23% afirmam que assistem a esporte por meio de alguma plataforma de streaming. Um percentual que aumentou na comparação com a mesma pesquisa do ano anterior, com igual metodologia, quando 18% fizeram essa afirmação.
Esses dados são úteis, em particular, a dirigentes do futebol. Contratos por direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro terminam em 2024. Existe a possibilidade de fundação de uma liga de clubes. E não há dúvida de que, no próximo ciclo, a participação do streaming no faturamento e na quantidade de partidas tende a aumentar.
– A gente pinçou aqui alguns dados para dar uma chacoalhada no mercado e mostrar que existe uma transformação, mas não se sabe se ela vem na velocidade que os presidentes de clubes esperam, que eventualmente os investidores querem – explica Rafael Plastina, dono da Sport Track.
Além dos números gerais, a pesquisa destrincha a participação de cada torcida e de cada esporte sobre os usuários de streaming. O ge apresenta parte dos resultados dessa pesquisa inédita, com exclusividade.
Plastina foi o convidado desta semana no podcast Dinheiro em Jogo (ouça aqui ou no tocador abaixo). No episódio, o consultor comenta os resultados da pesquisa e apresenta perspectivas em relação ao consumo de futebol e demais modalidades esportivas.
As torcidas
Ao classificar os dados de acordo com a torcida de cada clube de futebol do Sudeste, nota-se que os percentuais estão próximos – tanto entre eles, quanto na comparação com a média geral.
São Paulo, Palmeiras e Fluminense aparecem como aqueles clubes em que, em relação às suas próprias torcidas, têm quantidade maior de assinantes de plataformas de streaming.
É possível que haja alguma relação com as classes sociais dominantes nessas torcidas, uma vez que o streaming requer investimento pessoal e gastos em dispositivos e internet de alta velocidade.
| Clubes | 2020 | 2021 |
| Corinthians | 18% | 23% |
| Palmeiras | 23% | 27% |
| Santos | 28% | 24% |
| São Paulo | 21% | 29% |
| Botafogo | 29% | 15% |
| Flamengo | 19% | 20% |
| Fluminense | 18% | 25% |
| Vasco | 13% | 19% |
As modalidades
A separação dos números de acordo com as tribos de cada esporte também apresenta diferentes estágios de desenvolvimento, em relação à adesão de torcedores ao streaming, segundo essa pesquisa.
Automobilismo, tênis e basquete são as três modalidades que acumulam mais torcedores, na proporção dos próprios consumidores, com acesso a plataformas digitais e sob demanda.
A indicação de que a classe social importa nesse tipo de consumo também está presente no quadro a seguir, à medida que automobilismo e tênis têm mais torcedores nas classes AB.
| Clubes | 2020 | 2021 |
| Corinthians | 18% | 23% |
| Palmeiras | 23% | 27% |
| Santos | 28% | 24% |
| São Paulo | 21% | 29% |
| Botafogo | 29% | 15% |
| Flamengo | 19% | 20% |
| Fluminense | 18% | 25% |
| Vasco | 13% | 19% |
Metodologia
A pesquisa contratada pela Sport Track foi realizada entre 15 e 21 de dezembro de 2021, com pessoas de todo o território nacional, a partir dos 16 anos de idade. Os participantes foram recrutados via painel digital.
Foram entrevistadas 2.130 pessoas, com margem de erro de dois pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%. A amostra segue a demografia brasileira, segundo idade, gênero, classes sociais e estados.
O questionário foi aplicado com preferência para perguntas abertas, posteriormente codificadas e processadas. No caso da plataforma por meio da qual consomem esporte, era possível responder mais de uma.
Fonte: Blog Negócios do Esporte - ge
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