Foto: Reprodução/Pixabay
Quando chega a época da Copa do Mundo, é comum que se comece a fazer análises sobre quem será o campeão. Cada um tem seu favorito, de acordo com o enfoque que se dá ao estudo. Há quem olhe o retrospecto, há quem analise o valor dos jogadores, há quem, simplesmente, se deixa levar pela pura emoção, em cenas de um certo pachequismo descarado.
No entanto, antes de começar a venerar algum Polvo Paul do Catar, é preciso entender melhor um elemento básico da matemática, que está por todo lado e que pode ser a diferença entre um acerto espetacular ou um erro estrondoso: a probabilidade.
Probabilidade é, de maneira simples, a chance que alguma coisa tem de acontecer. Jogue uma moeda para cima, e o resultado pode ser cara ou coroa – 50% de probabilidade para cada resultado. Role um dado, e a chance de sair o número quatro é de uma em seis, já que o dado tem seis lados. Vire uma carta de baralho e a chance de sair um ás de espadas é de uma em 52.
Aqui, um primeiro aviso importante: moedas, dados e baralhos não têm memória. Por isso, se deu cara, número 4 e ás de espadas, a chance destes resultados se repetirem é exatamente a mesma. Não existem números ‘quentes’ ou ‘frios’. Fria mesmo, só a inexorável matemática das probabilidades.
O truque, porém, é usar a probabilidade a seu favor. Embora em eventos aleatórios nunca haja garantia, dá para, ao menos, diminuir os riscos. Ou aumentar as chances.
Se você gosta de jogos de cartas, pode se beneficiar com um conhecimento básico de probabilidades. No clássico moderno Texas Hold´em, variante do poker que caiu no gosto do mundo e é onipresente nos portais de entretenimento, as probabilidades se modificam a cada carta virada (primeiro o flop, depois o turn e por fim o river). Saber calcular mentalmente a chances de cada carta ser virada é a chave para tomar decisões acertadas – correr, passar, apostar.
Para quem procura emprego, as possibilidades também são algo a se considerar. A maioria dos departamentos de recursos humanos recebe toneladas de currículos a cada boa vaga anunciada. Ler, analisar e comprar todos é difícil, e por isso os profissionais da área costumam usar um sistema de avaliação baseado em tabelas.
Sabe inglês? Marca um ponto. Experiência prévia? Outro ponto. Sua probabilidade de ser chamado para uma entrevista sobe na medida em que seu escore aumenta. Então, por que não projetar seu currículo de forma que ele saliente o maior número de aptidões possível? Certamente melhor do que uma longa e enfadonha carta contando como você é incrível.
A probabilidade literalmente nasce conosco. Desde que Gregor Mendel fez estudos com ervilhas verdes a amarelas, e assim inaugurou a genética, mais e mais cientistas têm se dedicado a investigar as chances de uma determinada doença aparecer em um determinado indivíduo. Ainda estamos engatinhando nessa nova medicina, que vai tratar uma doença antes dela sequer existir. Mas esse uso medicinal das possibilidades parece ser inevitável.
Há quem se assuste com o que o futuro pode trazer. Quem assistiu ao filme “Eu, Robô” deve se lembrar de uma decisão infeliz que um autômato tomou, baseado apenas em probabilidades (não é um spoiler, apenas um fato colateral).
Mas nós, humanos, não somos robôs. E, por isso, apesar de estarmos sujeitos à matemática, é possível vergá-la um pouco. Especialmente em um assunto como o futebol, tão sujeito a variáveis imponderáveis como pressão da torcida, campo ruim e cera do adversário. Ou, por outro lado, uma motivação pelo ‘bicho’, vontade de aparecer para o técnico da seleção e um time sem nada a perder. Sem ir muito longe – só quatro anos – quem apostava na Croácia como finalista da Copa do Mundo?
Mas para tudo na vida há probabilidades, até mesmo para o futebol. Por isso, os favoritos costumam ser aqueles que vêm jogando bem nos últimos anos, ou décadas – Brasil, Alemanha e Argentina, por exemplo. Até que a zebra prove o contrário.
Fonte: CORREIO DA CIDADE
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