A delegação brasileira sai do segundo maior evento esportivo do mundo com sete ouros, sete pratas, nove bronzes e conquistas que vão além dos prêmios
A delegação brasileira, organizada pelas Olimpíadas Especiais Brasil, comemora seu desempenho nos Jogos Mundiais Special Olympics – Berlim 2023, competição voltada para pessoas com deficiência intelectual, encerrada em 25 de junho.
O Brasil conquistou medalhas em todas as modalidades disputadas – atletismo, basquete 3x3, bocha, ginástica rítmica, natação, tênis e tênis de mesa. Ao todo, foram 23 premiações, sendo sete de ouro, sete de prata e nove de bronze, representando um salto com relação à última participação em Abu Dhabi 2019, quando o país saiu com 18 medalhas.
Realizada a cada quatro anos, os Jogos Mundiais Special Olympics são o segundo maior torneio esportivo do mundo – atrás apenas das Olimpíadas. A dimensão do evento ajuda a explicar o tamanho da façanha dos atletas brasileiros, tendo em vista que eles competiram com mais de 7 mil atletas de mais de 150 países entre os dias 17 e 25 de junho. Na edição de Berlim, foram disputadas 26 modalidades, nas quais o nivelamento dos competidores acontece logo nos primeiros dias.
Algumas modalidades acontecem no formato Esporte Unificado, quando pessoas sem deficiência jogam junto, atuando como parceiros dos atletas. É o caso do basquete 3x3, que conquistou a medalha de prata. Em outras, há disputas com os parceiros e individuais, como na bocha, com duas pratas e um bronze, e no tênis, tendo um ouro, duas pratas e dois bronzes.
Nos outros esportes, o sucesso dos atletas brasileiros foi igual. Na ginástica rítmica, foram cinco ouros e uma prata; no atletismo, o Brasil conquistou três medalhas de bronze; na natação, os atletas saíram com dois bronzes; já no tênis de mesa, a equipe levou uma medalha de cada tipo.
O destaque dos atletas brasileiros não aconteceu apenas dentro das praças esportivas. Na Cerimônia de Abertura, realizada no Estádio Olímpico de Berlim, a atleta líder e mensageira global da Special Olympics, Emanuelle Dutra, fez um discurso potente sobre a importância da visibilidade para pessoas com deficiência intelectual.
“Estamos muito orgulhosos da delegação brasileira e suas conquistas. Mas é importante lembrar que, independentemente de sair com a medalha, os atletas já conquistaram muito. Alguns estiveram longe da família pela primeira vez e a independência é uma vitória que merece ser celebrada. Além disso, atualmente, são 44 mil atletas treinando em território nacional, por isso, só chegaram a Berlim aqueles que mais se engajaram em atividades das Olimpíadas Especiais Brasil e os resultados puderam ser colhidos na capital alemã”, comenta Thomas Goman, presidente das Olimpíadas Especiais Brasil.
A participação da delegação brasileira nos Jogos Mundiais – Berlim 2023 só foi possível graças ao patrocínio da Colgate-Palmolive, via Lei de Incentivo ao Esporte. É a segunda vez que a empresa se prontifica para ajudar as Olimpíadas Especiais Brasil – ano passado, a marca possibilitou a ida do Brasil ao torneio de futebol Copa Unificada Special Olympics – Detroit 2022. A empresa forneceu uniformes e passagem aérea de alguns atletas. Outras marcas reconhecidas pelo público também apoiaram os atletas brasileiros, foi o caso da adidas – fornecendo uniformes para as cerimônias de abertura e encerramento e para a equipe de tênis e basquete 3x3 – e a companhia aérea Lufthansa, que proporcionaram as demais passagens aéreas. Além disso, a Henkel e Lions International Foundation apoiaram as Olimpíadas Especiais Brasil nos encontros realizados no primeiro semestre para integração e treinamento da delegação.
Resultados do Brasil nos Jogos Mundiais – Berlim 2023
Atletismo:
Prova 200m
5º Lugar – Davi Arruda
7º Lugar – Thaissa Pinheiro
Prova 400m
Bronze – Bruna Santana
6º Lugar – Marcelino Lage
Prova 4x100m
Participação – Equipe Brasil
Salto em distância
Bronze – Bruna Santana
Bronze – Marcelino Lage
5º Lugar – Davi Arruda
5º Lugar – Thaissa Pinheiro
Basquete 3x3:
Prata – Equipe Unificada Brasil
Bocha:
Prata – Ana Paula dos Santos – Individual Feminino
Prata – Ana Paula dos Santos e Luciane Souza – Dupla Unificada Feminina
Bronze – Equipe Unificada Brasil
5º Lugar – Reginaldo de Souza e Claudio da Silva – Dupla Unificada Masculina
7º Lugar – Reginaldo de Souza – Individual Masculino
Ginástica Rítmica:
Individual Geral
Ouro – Erika Coimbra
5º Lugar – Carolina Limongi
Individual Maças
Ouro – Erika Coimbra
Ouro – Carolina Limongi
Individual Fita
Ouro – Erika Coimbra
5º Lugar – Carolina Limongi
Individual Arco
Ouro – Erika Coimbra
7º Lugar – Carolina Limongi
Individual Corda
Prata – Erika Coimbra
7º Lugar – Carolina Limongi
Natação:
Prova 25m – Livre
7º Lugar – Samuel Alves
Participação – Mariana Harano
Prova 25m – Peito
4º Lugar – Mateus Silva
Participação – Mariana Harano
Participação – Helena França
Prova 50m – Borboleta
Bronze – Helena França
Bronze – Mateus Silva
Participação – Samuel Alves
Prova 4x50m – Medley
Participação – Equipe Brasil
Tênis:
Ouro – Denise de Oliveira – Individual Feminino
Prata – Ruy Carneiro – Individual Masculino
Prata – Ruy Carneiro e Leonardo Loschi – Dupla Unificada Masculina
Bronze – Denise de Oliveira e Conceição Braga – Dupla Unificada Feminina
Bronze – Equipe Unificada Brasil
Tênis de Mesa:
Ouro – Mariana de Jesus – Individual Feminino
Prata – Mateus Belloto – Individual Masculino
Bronze – Mariana de Jesus e Mateus Belloto – Dupla Mista Brasil
É possível saber mais sobre a história de cada atleta na página do site da OEB.
SOBRE OLIMPIADAS ESPECIAIS BRASIL
Projeto global sem fins lucrativos, a Special Olympics é um movimento mundial centrado no desporto, fundado em 1968 por Eunice Kennedy Shriver – irmã do 35° presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy. Trata-se de uma organização internacional criada para apoiar pessoas com deficiência intelectual a desenvolverem a sua autoconfiança, capacidades de relacionamento interpessoal e sentido de realização por meio do esporte.
Acreditada pela Special Olympics International, as Olimpíadas Especiais Brasil atuam nas seguintes modalidades esportivas: atletismo, águas abertas, basquete, bocha, ciclismo, futebol, natação, handebol, ginástica rítmica, tênis, tênis de mesa, vôlei de praia e judô; além dos Programas: Atleta Líder, Escolas Unificadas, Atletas Saudáveis, Atletas Jovens, MATP (Programa de Treinamento em Atividade Motora) e Famílias. Tendo o país quase 6 milhões de pessoas com deficiência intelectual, as Olimpíadas Especiais Brasil possuem 44 mil atletas treinando.
Filosofia
A Special Olympics tem como filosofia dar oportunidade a todos os atletas, independente do nível de habilidade, promovendo diversas competições, nas mais diferentes regiões do mundo, durante todo o ano. O programa é conduzido por voluntários e, por meio de treinamentos esportivos e competições de qualidade, melhora a vida das pessoas com deficiência intelectual e, consequentemente, a vida de todas as pessoas que as cercam.
Embaixadores
A Special Olympics conta, em nível local e global, com uma série de embaixadores que vestem a camisa do movimento e ajudam a levar adiante a causa. No Brasil, as OEB dispõem de nomes como os jogadores de futebol Cafu, Ricardinho, Romário, Zico, Lucas Moura e Willian Bigode, a jogadora de vôlei Jakie Silva, e as campeãs de nado sincronizado Bia e Bianca. No mundo, além de nomes importantes do esporte, com destaque para Michael Phelps, há artistas como Avril Lavigne, Brooklyn Decker Roddick, Charles Melton, Eddie Barbanell, Maureen McCormick, Chris Pratt e Katherine Schwarzenegger.
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