O designer francês fala sobre a emoção, a responsabilidade e o desafio de ser o escolhido para desenhar o símbolo de uma das mais importantes competições esportivas do planeta
À esquerda, o designer Mathieu Lehanneur e, à direita, a Tocha Olímpica de 2024 assinada por ele _Fotos:Felipe Ribon
A seção Design de Casa Vogue deste mês traz o perfil do francês Mathieu Lehanneur, designer do ano da Maison & Objet, e responsável pela criação da Tocha dos Jogos Olímpicos de 2024, que serão sediados em Paris. Mathieu recebeu a reportagem em seu novo ateliê, de 800 m2, a Factory (a referência à Factory de Andy Warhol não é mera coincidência) situado nos arredores de Paris.
Na entrevista, ele fala sobre seu trabalho, que inclui, entre outras peças, móveis de design com edição limitada, e sobre os preparativos para a inauguração de seu showroom no topo de um arranha-céu em Manhattan, Nova York, e para uma exposição no Denver Art Museum, nos EUA. E, claro, comenta sobre a responsabilidade de ser o criador da Tocha Olímpica. “É uma grande honra e uma emoção. Vai ser difícil segurar as lágrimas”, conta Mathieu, que fará parte do revezamento com início em Olímpia, na Grécia, marcado para o dia 16 de abril (onde a tocha será acesa por meio dos raios de sol) e término em Paris, em 26 de julho, data da abertura oficial dos Jogos Olímpicos de 2024.
“A parte mais desafiadora do projeto foi desenvolver um sistema de acendimento à prova de vento, chuva, tempestade, e praticamente invisível para não comprometer o design”, explica. Mathieu se inspirou no tema da igualdade, palavra-chave da edição parisiense dos Jogos, que darão a mesma importância às competições Paralímpicas e terão, pela primeira vez, o mesmo número de atletas homens e mulheres.
“Eu sou péssimo em esportes. Gosto assim, à distância”, diverte-se Mathieu, mostrando a vista da janela do seu escritório na Factory que dá para um campo de futebol. “Sou mais ciências”, continua o designer, que sonhava em se tornar médico. Mas o destino agiu e seu caminho acabou enveredando para o das artes, e ele descobriu no design o compromisso perfeito.
“A arte pode ser muito solitária. Eu preciso de gente, de relações humanas e de saber que minhas criações têm uma função, que serão tocadas, que podemos colocar um copo em cima ou que crianças possam correr em torno delas”, conta o designer, cuja inspiração vem justamente das relações humanas e das emoções decorrentes delas. “O caráter de conexão espiritual dos objetos me fascina – o fogo sagrado da tocha olímpica é um excelente exemplo. Acredito que alguns objetos têm o poder de nos transformar”, reflete.
Confira o conteúdo completo na Casa Vogue de fevereiro, disponível em versão digital e nas melhores bancas do país.
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